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Como fazer uma prova de vinhos passo a passo?

Como fazer uma prova de vinhos passo a passo?

Se alguma vez se perguntou como é que os provadores profissionais conseguem descrever vinhos com termos variados, este artigo é para si. A boa notícia? A prova de vinhos não é só para especialistas. Com algumas dicas simples e alguma prática, qualquer pessoa pode aprender a tirar maior prazer de cada copo. Vamos responder às principais dúvidas de quem quer começar – ou melhorar – a sua técnica de degustação.

Quais são os passos essenciais de uma prova de vinhos?

Existem três grandes fases numa prova de vinhos: observar, cheirar e saborear. Estes são os passos da prova que lhe vão permitir desenvolver uma opinião informada sobre cada vinho que experimentar.

1. Como analisar a cor do vinho?

A análise visual é o primeiro contacto com o vinho. Sirva uma pequena quantidade num copo transparente e incolor, de modo a não influenciar o aspeto visual do vinho.

  • Intensidade da cor: será um vinho mais transparente (aberto) ou mais escuro (opaco)?
  • Tonalidade: nos vinhos tintos jovens pode variar entre rubi e o vermelho-púrpura; nos mais envelhecidos surgem tons granada ou tijolo. Já os brancos variam entre um citrino esverdeado a um citrino palha, evoluindo para um tom dourado, à medida que evoluem.

Estas pistas visuais ajudam a antecipar o que vai encontrar no nariz e na boca.

2. Que aromas se conseguem identificar num vinho?

Talvez a parte mais fascinante de quem se inicia na prova de vinhos seja reparar e conseguir destrinçar que os vinhos não cheiram todos ao mesmo. Sem agitar o copo, cheire e tente perceber os aromas mais intensos. Depois, agite ligeiramente para libertar os aromas mais delicados.

Mas o que procurar?

  • Nos vinhos tintos: frutas vermelhas (morango, framboesa, cereja) ou frutas pretas (amora, mirtilo).

Os vinhos com um aroma mais “adocicado”, têm habitualmente o segundo tipo de fruta, enquanto os vinhos mais frescos e jovens normalmente têm o primeiro tipo de fruta.

  • Nos brancos: frutas cítricas (limão, lima), frutas de caroço (pêssego, pera) ou tropicais (ananás, maracujá, banana).

Se sentir notas de baunilha, caramelo ou especiarias (como cravinho), isso indica provavelmente estágio em barrica (carvalho).

A memória olfativa exige treino – quanto mais vinhos provar, mais fácil será distinguir os aromas.

3. Como avaliar o paladar e a textura?

Coloque agora o vinho na boca. Nesta etapa, avalie a acidez e a doçura do vinho. Irá reparar que a maior parte dos vinhos é seca. Contudo, os óleos e outros componentes, em menor concentração, contribuem para uma sensação envolvente e calorosa, que se confunde com a doçura. Deve ainda ter em atenção a textura do vinho: se é suave ou agressiva; assim como a adstringência, no caso dos vinhos tintos. A adstringência é a sensação de secura que fica após provar a maioria dos vinhos tintos jovens.  Um bom vinho tem todos estes elementos bem equilibrados, como acontece numa orquestra afinada. Nenhum sobressai.

Quando acabar de provar o vinho, seja porque o engoliu ou deitou fora, no caso de a prova ter uma grande quantidade de vinhos; repare na persistência do vinho, ou seja, quanto tempo é que os aromas permanecem depois de o vinho já não se encontrar lá. Uma persistência longa é sinal de um vinho de qualidade. De modo a fazer sobressair os odores remanescentes, pode mastigar em seco.

Que técnicas de degustação posso usar para melhorar?

Crie o hábito de tomar notas sobre o que achou dos vinhos, com os seus comentários. Irá assim estimular a sua memória olfativa e gustativa, para além de poder comparar o vinho ao longo do tempo, caso o volte a provar.

Porém, o melhor conselho que lhe posso dar é que aprecie o vinho e não o analise demasiado. O vinho foi criado para nos dar prazer e não para ser dissecado. Acredito, contudo, que, caso consiga, saiba noções de prova, conseguirá tirar mais prazer do vinho.

Como para aprender a dançar, tocar um instrumento ou pintar, não se consegue de um dia para o outro; o mesmo acontece com a prova dos vinhos. Mas, dando um passo de cada vez, irá longe. O que interessa é que mantenha a paixão.

Exemplo prático: Desafio da Sala de Prova

Se visitar o restaurante Sala de Prova, no Time Out Market Porto, aceite este desafio: peça um vinho branco da Região dos Vinhos Verdes (ex: Quinta do Ameal Loureiro) e um vinho tinto do Douro (Vallegre Touriga Nacional). O objetivo é ter dois exemplos muito dispares.

  • Cor: O vinho branco deverá apresentar uma tonalidade entre o citrino e o palha; o vinho tinto surgirá com tonalidade rubi e muito maior intensidade de cor.
  • Aroma: O vinho produzido a partir da casta Loureiro é dominado por frutas cítricas, como o limão e a lima, e por notas florais, como as flores brancas. Por seu lado, o vinho tinto da casta Touriga Nacional terá um perfil de fruta preta, como a amora, combinado com notas de especiarias do estágio em madeira e, eventualmente, uma nuance floral característica da casta.
  • Sabor: o vinho da Região dos Vinhos Verdes está apoiado numa acidez brilhante e tem uma textura dominada pela elegância. Já o vinho tinto do Douro não tem uma acidez tão viva, apesar de fresca. É um vinho bastante mais encorpado, onde ainda se notam alguns taninos que lhe conferem a adstringência e potencial de envelhecimento.

O primeiro desafio está feito. Cabe-lhe a si agora continuar a provar e a apreciar. Tem de concordar que já lhe fizeram desafios bem menos agradáveis.

Conclusão: qual o segredo para dominar a prova de vinhos?

Não há atalhos mágicos, mas há um caminho claro: provar, comparar, anotar e repetir. As técnicas de degustação vão evoluir com o tempo. O importante é não complicar e desfrutar do processo.

E, se quiser elevar a experiência, participe numa prova cega, experimente vinhos de regiões novas ou explore a carta da Sala de Prova, onde há sempre algo surpreendente para descobrir.

 

 

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