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Conhece as categorias de vinho do Porto do século XXI?

O vinho do Porto é conhecido por ser produzido na região demarcada e legislada mais antiga do mundo, em 1756. Por ter uma carga histórica tão grande, é habitual que seja visto como um vinho antiquado, com pouca inovação, sem estar atento ao passar do tempo e pouco flexível. É por isso importante verificar como ele vai evoluindo e adaptando-se aos novos tempos e momentos de consumo. Nos últimos 25 anos, desde o início do século, houve a criação de novas categorias de vinho do Porto para tentar fazer essa adaptação.

Reserva

A primeira a surgir foi a dos vinhos de Porto Reserva, que por sua vez se dividem em dois estilos: os Reserva Tawny e os Reserva Ruby.

Os Reserva Ruby com a sua aparição por volta de 2002, vieram substituir uma categoria que se achava que era enganadora para o consumidor. Esta categoria chamava-se antes Vintage Character. Compreende-se a intenção do nome anterior, pois realmente tem o carácter de um Vintage, mas é um vinho muito mais acessível, tanto para se poder apreciar mais rapidamente, como por ter um preço mais baixo, o que poderia causar confusão. São vinhos de cor tinta e apelativos aromas de fruta preta ou de compota da mesma fruta, como a amora e o mirtilo. Podem ainda ser complementados por leves notas florais, especiadas ou vegetais. Na boca, existe um bom equilíbrio entre a doçura e a ligeira adstringência e teor alcoólico do vinho. Quando comparados com os Ruby que não são reserva, são vinhos mais encorpados e intensos, em suma, de melhor qualidade. Nesta categoria, a palavra Reserva indica melhor qualidade, mas não significa ser um vinho com mais idade. Na Sala de Prova, pode apreciar este estilo bebendo o Quinta do Crasto Reserva Ruby. É uma boa abordagem para perceber o que é um perfil do estilo “Vintage” do vinho do Porto, mas obviamente muito menos concentrado, de uma qualidade e preços mais acessíveis.

Poucos anos passaram até surgir a categoria Reserva Tawny. Pretendeu-se encontrar um vinho que fosse de melhor qualidade e mais evoluído do que o Tawny standard, mas sem um estágio tão grande como um Tawny 10 anos. São vinhos constituídos por lotes de diferentes idades que se pretende que seja equivalente a um vinho com um estágio mínimo de seis anos em madeira. Nestes vinhos, mesclam-se a juventude e o estágio. Encontram-se ainda ligeiros aromas frutados de fruta vermelha surgindo também notas de estágio em madeira velha. No paladar, erguer-se essa aliança entre o nervo da juventude e a suavidade do estágio. Na Sala de Prova, pode optar por duas referências para conhecer esta categoria: o Poças Special Reserve Tawny e o Manoella Tawny Finest Reserve. É uma forma de ter uma primeira introdução ao impacto que o estágio da madeira tem no envelhecimento do vinho do Porto, a um preço mais acessível do que nas outras categorias.

Brancos Velhos

Para valorizar as uvas e vinhos brancos da região do Douro, em 2006, foram criadas as categorias dos Brancos com Indicação de Idade, equivalentes aos Tawny com Indicação de Idade para os vinhos tintos. Nessa altura, eram os 10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos. Estes vinhos pretendem replicar os vinhos que tiveram um estágio equivalente ao ano indicado no rótulo.  Apresentam cor dourada, aromas de laranja cristalizada, especiarias e frutos secos. Na boca, são vinhos com maior fineza e elegância, mas sem a potência e volume dos seus congéneres Tawny com Indicação de Idade, sendo, contudo, suaves, redondos e longos como estes. Quanto mais velhos forem, maior é a intensidade de cor e aromática, assim como a persistência e concentração dos sabores destes vinhos. Na Sala de Prova, pode fazer a experiência de provar vários Brancos com Indicação de Idades com estágios de diferentes durações. Sugere-se que comece pelo D. Antónia 10 anos White, provando a seguir o Quinta Seara d’Ordens 30 anos White e terminando no Vieira de Sousa 40 anos White. Será, certamente, uma experiência memorável.

Rosé

No Dia de São Valentim de 2008, foi lançado o primeiro Porto Rosé. Foi um estilo de vinho do Porto desenhado para que pudesse acompanhar a tendência de aumento de consumo mundial de vinhos rosé e, paralelamente, abrir oportunidades de consumo para o vinho do Porto diferentes das habituais. Trata-se de um vinho do Porto com uma cor na gama do rosado, como o próprio nome indica. Tem exuberantes aromas de cereja rebuçado e laranja. Gustativamente, é um vinho suave e redondo, de fácil agrado. É um vinho que deve ser bebido frio e que é uma ótima base de cocktails. É, sem dúvida, uma ótima porta de entrada para os menos habituados ao estilo do vinho do Porto. Na Sala de Prova, encontra o Poças Brigs e o Vista Alegre Fine Rosé, onde os pode provar em cocktail ou isoladamente.

Tawny e Branco: 50 anos, 80 anos e Very Very Old

Indo de encontro a uma cada vez maior procura e curiosidade por vinhos únicos e irrepetíveis. Para dar a conhecer, de um modo devidamente certificado, algumas das maiores relíquias no mundo do vinho, foram em 2022 criadas as categorias tanto Tawny como Branco de 50 anos e Very Very Old.

Os 50 anos segue o perfil de exigências para os outros Tawny com Indicação de Idade que anteriormente acabavam nos 40 anos. Dando agora a oportunidade de se se usufruir de um vinho quinquagenário.

Os Very Very Old vieram validar diversas iniciativas do setor do vinho do Porto de valorizar vinhos por vezes mais do que centenários. Muitos dos melhores vinhos do Porto ostentam esta menção, podendo ser abreviada para VVO ou W. Todos eles são vinhos com estágios que se prolongaram em pipas por várias gerações de enólogos e adegueiros. Como é evidente, vinhos deste calibre não poderiam faltar na Sala de Prova. Pode provar o Quinta do Vallado 50 anos, como exemplo da primeira categoria, e o Vallado ABF, como exemplo de um VVO, este em particular criado a partir de uma base de 1888. Já teve a oportunidade de provar um vinho do século XIX?

Finalmente, já este ano, 2025, para poder ser uma alternativa de comunicação comercial aos Very Very Old e no seguimento dos argumentos anteriormente utilizados para a criação dos 50 anos e dos Very Very Old, nasceu a categoria dos 80 anos. Aliás, a idade mínima exigida para ambas as categorias é os 80 anos, todavia, nos VVO, a grande maioria dos vinhos tem uma idade (bastante) superior a essa.

Portugal tem das maiores preciosidades mundiais de vinho. Raramente damos importância ao que é nosso. Não deixe que isso aconteça. Aprecie e aproveite ter acesso a estas pérolas. Pouca gente no mundo pode dizer que teve esse privilégio.